China acelera rumo à independência do petróleo com avanço impressionante nos carros elétricos
O mercado automotivo global movimentou, no ano passado, impressionantes 93 milhões de automóveis vendidos. Desse total, 31 milhões saíram apenas da China — um verdadeiro planeta à parte no setor. E os números mostram que a transformação já está em marcha: 25% dos carros vendidos por lá foram elétricos, enquanto 19% eram híbridos plug-in (aqueles que também podem ser carregados na tomada). Isso significa que quase metade das vendas no país são de veículos que podem ser conectados à rede elétrica.
A dependência chinesa do petróleo
A China consome cerca de 16 milhões de barris de petróleo por dia, importando 11 milhões deles. Grande parte vem do Oriente Médio e chega ao país pelo Estreito de Malaca, uma rota marítima estratégica, porém extremamente vulnerável a tensões geopolíticas. Basta um bloqueio para comprometer o abastecimento.
Esse cenário coloca o país em alerta: reduzir a dependência do petróleo não é apenas uma questão ambiental, mas também de segurança nacional. Além disso, a indústria petroquímica — responsável por plásticos e outros derivados — continua sendo uma grande consumidora de petróleo no país.
Energia limpa em ritmo recorde
A China também está acelerando a transição energética. Só no ano passado, instalou mais capacidade de energia eólica do que todo o resto do mundo somado nos últimos seis anos. Essa expansão ajuda a reduzir o uso de termoelétricas a carvão, uma das principais fontes de poluição.
Infraestrutura: o trunfo do governo
Diferente de economias de mercado mais livres, a China consegue agir rapidamente para implementar infraestrutura. Hoje, já existem 35,5 milhões de carregadores para carros elétricos no país — contra 180 mil nos Estados Unidos e apenas 10 mil no Brasil (sendo que só cerca de 100 são rápidos).
Enquanto empresas calculam minuciosamente o TCO (Total Cost of Operation) para viabilizar investimentos, o governo chinês atua pensando em benefícios coletivos, investindo mesmo quando o retorno financeiro direto não é imediato — seja na instalação de carregadores, iluminação pública ou equipamentos médicos.
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